#TermômetroOscar2016: Os Cinco Filmes da Semana


Meus idealistas cinéfilos, aqui estou eu
mais uma semana e postando mais uma vez 
sobre filmes, Oscar, sei que tem muitas
outras coisas a serem ditas/comentadas
e que merecem espaço aqui. 
Mas confesso que o Oscar nada mais é um pretexto pra encher vocês de informações sobre filmes e soltar o meu lado critico por aqui :D, que espero valer de algo pra alguém mesmo com o minimo de conhecimento que tenho sobre o assunto. Por tanto, aceite essas listas semanais como um presente pra você, uma lista de filmes que você pode ver nos finais de semanas ao longo do ano :D. Assim sendo, depois desse breve prologue vamos ao que interessa.

11. Snoopy e Charlie Brown: Peanuts, O Filme (The Peanuts Movie)
   
   Apesar de não ser um dos indicados a Melhor Animação, este filme merece ser citado -assim como outros foram-.
    Não é um filme que nos traz uma história toda comovente, cabeçuda ou que tenha algum diferencial no roteiro que mereça ser enaltecido. Mas é um filme que vale a pena ser visto, pela mesma sensação em que o filme do Pequeno Príncipe nos desperta, Nostalgia. Não é que o roteiro seja ruim, é apenas um roteiro simples, um conto pra criança de fato. Com duas histórias paralelas, que de alguma forma se encaixam, - a história do Snoopy com seu arque-inimigo Barão Vermelho e a de Charlie Brown e a Garota Nova- duas historinhas que nos trazem a lição de ser você mesmo, pois alguém gostará de você assim; ser honesto, independe de qualquer coisa; se esforça e acreditar que você é capaz, pois você é capaz mesmo; e o mais importante de tudo, a lição de que as grandes amizades estarão ao seu lado em qualquer momento.

    Em sua questão visual, um filme bem diferente por manter sua linha cartoon. O que deixa a animação com um aspecto quadrinho e de traços bonitos, eu sinceramente me apaixonei por esse tipo de modelagem.

   E o que dizer do Snoopy, posto ali pra dar mais fofura ainda no filme, trazer TODOS os alívios cômicos, e dar dinamismo pra toda ação ocorrente.  

12. A Garota Dinamarquesa (The Danish Girl)


   Um filme com direção de Tom Hooper, baseado no romance homônimo de David Ebershoff e inspirado também na história de Lili Elbe e Gerda Wegener pintoras dinamarquesas.
  Preciso começar dizendo que ouvi muitos comentários sobre está obra e que um deles foi que apesar de ser um filme bonito pelo romance era um filme bem incomodo, o que já não achei. Achei que o roteiro foi bem conciso no inicio, deixando nos transparecer um pouco da feminilidade do personagem Einar Wegener, que aos poucos vai descobrindo este seu lado e vai o moldando, o amadurecendo até se transforma em Lili, algo que de uma brincadeira acabou se tornando parte dele, e aqui o diretor consegue mostrar esse conflito do personagem de forma poética. Mas, chega em um momento em que tudo se torna forçado, o contar da história na verdade, temos a sensação de que o diretor quis prolongar o filme mais do que ele precisava. O famoso caso de menos é mais, o subentendido é mais poética não se aplica aqui, até a mais simples simbologia - como um lenço ganhando o mundo ao voar, se é explicado- Sem falar nos fatores inventados, ou melhor, que se utilizaram da licença poética para comover o público que não condizem com a realidade, como por exemplo: SPOILER 
   A causa da morte de Lili que foi deixada de fora do filme, em nenhum momento é mencionada que ela morreu de infecção causada por rejeição ao útero que lhe fora transplantado. O que temos é apenas uma cena de dialogo entre Lili e uma moça, dizendo que um dia pretende ter filhos. O que acaba deixando o espectador achando que a sua segunda cirurgia, ainda está ligado com a de troca de sexo.
   
   Quanto aos atores, Eddie Redmayne mais uma vez está magnifico. Consegue passar a feminilidade da personagem como ninguém, nos deixa por dentro do conflito em que Einar/Lili passam, a constante troca de personalidade. O amadurecimento da personagem é progressivo, Redmayne consegue te puxar pro momento em que ele decide e acha a coragem pra ser quem ele é, de um modo tão sublime, feminino e poético. E Alicia Vikander, não fica atrás não, muito pelo contrário, ela administra a personagem Gerda perfeitamente, nos deixando claro a força, a imposição e o amor da personagem por seu marido. Um ponto a ser enaltecido é quando o diretor consegue nos mostrar os opostos de personalidades dos personagens, em alguns momentos temos a sensação de inversão dos papeis de homem e mulher, o equilíbrio de feminilidade e masculinidade é constante nesta obra.

   E a fotografia acompanha esplendidamente todos esses contra-pontos, mas o que mais chama a atenção são as escolhas impecáveis nos movimentos de câmera, locações, colorização e o principal posicionamento de câmera. Tudo para que a sensação que tenhamos é que aquele filme, é literalmente uma obra de arte. Ele consegue te prender por tamanha beleza, como se realmente tivesses apreciando uma tela pintada por um dos personagens.

13. Trumbo: Lista Negra (Trumbo)


   Um filme de drama biográfico dirigido por Jay Roach, que conta a história de um dos grandes roteiristas de hollywood Dalton Trumbo.
   Aos amantes da sétima arte, venho dizer que esse é uma dos filmes que mais chamará a atenção por ambientar e te trazer para trás das câmeras, mostrando como a magia acontece. Foi nesse primeiríssimo ponto que o filme me ganhou. Claro que no decorrer da obra o roteiro te contagia e te prende cada vez mais, ou seja, te envolve na história de Trumbo e na dificuldade que ele tinha em sua carreira por ser comunista e lutar para isso, o que lhe fez ter muitos inimigos e aliados no meio cinematográfico e o que dificultou o seu reconhecimento na academia, sendo que quase póstumo. Um drama bem envolvente, te instiga a querer saber sobre a vida e obra do cara e mais magnifico o tempo em que a história é contada te traz a nostalgia dos grandes nomes cinematográficos daquela época Audrey Hepburn, Kubrick (no seu inicio de carreira), Kirk Douglas (que ganha um representante no filme). E se hoje você acha que entrar para os queridinhos da academia é complicado, naquela época o processo era bem mais carrasco a ponto de ser necessário se utilizar de outros meios para se viver da arte.
   Se você acha que não viu ou ouviu falar de nenhum trabalho de Trumbo em toda sua vida, aqui vai uma lista do que ele fez pela história do cinema, com seus roteiros magníficos e sempre com diálogos épicos:

. A Man to Remember - 1938
. A Princesa e o Plebeu (Roman Holiday) - 1953
. The Brave One - 1956 
. Spartacus - 1960
. Exodus - 1960
. O Ultimo Pôr-do-sol (The Last Sunset) - 1961 
. Fuga sem Rumo (Lonely Are the Brave) - 1962
. Papillon - 1973

   A fotografia ganha na minha concepção +3, pelo simples fato de conseguir te transportar para época em que se passa a narrativa do filme, onde para retratar a gravação de um filme se utiliza o preto e branco e quando se passa para vida real temos as cores, ou quando se trata de uma matéria de rádio/tv ele te coloca como se tivesses vendo aquelas televisões antigas em preto e branco, e o melhor se utilizando de imagens reais misturadas com as gravadas para o filme. Isso também acontece na gravação do filme Spartacus na cena em que era para ser o Kirk Douglas interpretando seu personagem, temos o ator Dean O'Gorman refazendo uma das cenas memoráveis de Spartacus como Kirk Douglas.

   A escolha do elenco foi sensacional aqui, o diretor soube aproveitar cada ator escolhido e tirar o melhor de cada um. Mas impossível não destacar aqui o nosso eterno Mr. White (Bryan Cranston), interpretando Dalton Trumbo, apesar de ter achado que no inicio da trama ele não era tão parecido com o próprio Trumbo, mas quando vamos chegando ao fim do filme e mostra o ator envelhecido, ele está tão parecido e o que dizer do discurso emocionante do final? :'( . Bryan, deu mais uma vez um show de interpretação, soube nos fazer apaixonar pelo personagem, torcer para ele, estar ao lado dele e lutar com ele. Mesmo sendo excepcional quando ele contra-cena com outra pessoa notamos a leveza e como ele conduz a cena sem ofuscar o outro. Brilhante!

  Produção aqui está maravilhosa, coube compor a história perfeitamente com os elementos de contextualização, figurino, objetos e o melhor reprodução de cenas que precisariam condizer com a realidade. Merece o meu +5.

   E deixo aqui a minha indignação por este ser o filme, deste ano, injustiçado do Oscar. Pra mim merecia concorrer a muito mais, só Melhor Ator não condiz com toda a excelência deste filme.

14. Brooklyn


  Um filme dirigido por John Crowley, considerado anglo-canadense-irlandês, baseado livro homônimo de Colm Tóibín.
    Uma obra que conta basicamente sobre a imigração dos irlandeses para os EUA, para ser mais especifica para o Brooklyn, mas que para gerar um empatia com o público, uma história de amor é contada porém nada é tão simples como parece.

   Um roteiro que segue uma linha romântica e empática pela personagem que sai da sua terra natal, deixando amigos e família em busca de uma melhor oportunidade em outras terras, a partir dai a garota desajustada de uma cidadezinha irlandesa começa a se adaptar a imensa Nova York e ganhar espaço, sem ter alguém que "se preocupe" com o que faz ou deixa de fazer. E quando consegue se sentir confiante, por ter conseguido o que sempre quis, ela é notada por alguém e a partir daí temos uma história de amor clichê que toda garota já sonhou. E quando você está totalmente torcendo pelo casal protagonista, amando a história e o rumo que ela está tomando BOOM! temos a reviravolta da narrativa, que pra mim foi sensacional, o clichê saí de cena e mais uma vez o desconhecido entra em cena, ou melhor, a verdade nua e crua. A realidade daquela época é mostrada neste filme, os valores, as atitudes, o que valia para as meninas daquela época (viver em prol da família).

   Saoirse Ronan como Eilis Lacey, designa seu papel brilhantemente. Nos fazendo acompanhar a personagem passo a passo e amadurecer junto com ela. Na cena de apresentação já temos de cara a realidade da personagem e o que ela precisa aturar para viver ali, a rejeição que a cidade tem para com ela e a infelicidade da mesma. Quando ela parte para o novo, temos ali o inicio do conhecimento de um novo mundo, ou seja, o despertar da personagem onde em seu caminho ela encontra uma "mentora" que lhe dirá como agir, falar e se comporta na nova terra. Ao chegar no seu destino, nos deparamos com o amadurecimento da personagem, no seu comportamento, forma de falar, de se vestir consegue nos mostrar a mudança da personagem. E quando ela regressa a sua terra natal, isso é deixado bem evidente pelas escolhas feitas pelo diretor juntamente com o figurino. E uma coisa bastante pertinente nesse filme, assim como em Carol, é o uso de uma cor em especifico temos bastante destaque ao longo da película pela cor Verde, que pra mim representa diretamente o que significa: esperança, liberdade, vitalidade e crescimento.

   Outro ponto bastante notado, é a fotografia e suas escolhas para contar essa história tanto quanto as escolhas dos movimentos de câmera quanto a colorização, tons claros, pasteis e harmônicos para demonstrar romantismo, os tons que saem dessa escolha geralmente são para simbolizar alguma coisa, como o vermelho e o verde vivo.

  Esse é outro dos meus favoritos dos indicados, e que certamente será mais um dos injustiçados.


15. Sicario: Terra de Ninguém (Sicario)
 
   Um filme de ação dirigido por Denis Villeneuve, que conta a história de Kate, uma policial do FBI que decide participar de uma ação especial da CIA, que está sendo esquematizada para pegar um grande cartel de drogas do México, ou melhor, o seu chefe.
   Antes de qualquer coisa você deve se perguntar: Mas que diabo significa Sicario?. Não se preocupe no filme você terá essa dúvida tirada ;). Uma obra sem muitos mimimis. Consegue ir direto ao ponto, sem muitos suspenses e histórias paralelas, tudo está interligado por um objetivo comum e o grande conflito deste filme, não está no em como a CIA irá fazer para deter esse grande chefe do Cartel, e isso pra mim foi o plost twist desse filme, a grande questão está em volta da personagem de Emily Blunt (Kate), se ela irá se deixar corromper pelas escolhas que ela precisará ter indo totalmente de encontra com seus princípios éticos e limitações morais. Mas confesso que não achei um grande filme, claro é um ótimo filme de ação mas nada que tenha enchido os meus olhos.
 
   Fotografia, o diretor de fotografia tem os seus momentos sensacionais, nos dando um belo plano de câmera, visual bonito, mas nada recorrente no filme. O que mais me chamou atenção e me prendeu nos momentos tensos do filme, foi a trilha sonora escolhida e feita maravilhosamente, consegue transportar o telespectador pra dentro da cena, e se sentir na situação retratada.

   A escolha do elenco foi pontual, todos trabalharam muito bem. Emily Blunt consegue se destacar, apesar de achar que ela deveria passar mais empatia para o público, mas o ator que mais me chamou a atenção e predeu-a durante todo o filme foi Benicio Del Toro, ele consegue passar a tensão do personagem, a sabedoria e que o mesmo tem algo a mais que ainda não foi contado. Josh Brolin, também não está de todo mal. O elenco consegue se desenvolver muito bem dentro da trama.




Um comentário:

  1. Excelentes dicas de cinema! O filme de Sicario é um dos meus favoritos da lista. Mais que filme de ação, é um filme de suspense, todo o tempo tem a sua atenção e você fica preso no sofá! O filme superou as minhas expectativas, realmente o recomendo. O sucesso que o filme teve foi incrível como o que ele teve com o seu filme 2049 Blade Runner no ano passado. Revisei a trajetória do diretor e me impressiona que os seus trabalhos tenham tanto êxito. Os filmes deste diretor são cheios do seu estilo, e logo se pode identificar quem esta responsável pela direção. Já estou esperando o seu próximo projeto, seguro será um sucesso.

    ResponderExcluir