#TermômetroOscar2016: Os Vistos da Semana


Como foi dito por aqui, semana passada.
Prometi a vocês a fazer um mini release dos
filmes que estão cotados pro Oscar, e que no 
fim de semana saiu a lista dos indicados, que
infelizmente alguns ficaram de fora :x

   Mas vamos dar continuidade no que foi proposto, e sim, citarei alguns filmes que ficaram de fora da disputa. Como muitos sites/blogs já andaram postando a lista dos indicados em suas paginas, aqui deixo um link, caso você queira saber quais filmes estão concorrendo em quais categorias. Indicados 2016

6. A Grande Aposta (The Big Short)
 
   Um filme de Adam McKay, baseado no livro de Michael Lewis que aborda a temática da crise financeira que ocorreu nos EUA, mas que foi mundial, de 2007-2008.
   Primeiramente preciso dizer que aqueles que gostaram de O Lobo de Wall Street, certamente se encantaram por este aqui, não só por abordar o mesmo assunto (de certa forma), mas por manter o humor, não tão pesado quanto O Lobo, mas são piadas inteligentes e garantidas.
   Um roteiro que daria tudo para ser perdido na película por sua complexidade, consegue ser explicativo e deixar o espectador compreender o que está acontecendo no mundo econômico e os seus termos técnicos, usando de artifícios cômicos e literalmente alguém explicando o que está havendo, mas para não perder a linha e ficar sem sentido, o diretor optou pelo lado cômico, colocando pessoas (famosos) explicando os acontecimentos financeiros de forma simples, entendível e direta, se utilizando dessa estrategia para chamar a atenção de quem assisti. 
   Algo muito recorrente deste filme e que deixa-o mais dinâmico e próximo do telespectador,é os vários momentos que ocorre a quebra da 4º parede, quando um personagem interage com o público falando diretamente com a câmera. O que posso dizer que Ryan Gosling faz muito bem, já que o mesmo é o narrador da história, e digo que faz bem, o que foi mais do que se espera do ator.

   A direção dos atores, foi esplendida dado a quantidade de atores que interagem em um mesmo ambiente e dos encontros dos núcleos, conseguiu se manter o nível. Preciso destacar a atuação de Christian Bale, que faz o seu personagem maravilhosamente e nos colocando a todo momento a complexidade do mesmo, já que ele interpreta um gênio, anti-social, certamente com algum tipo de distúrbio, que vive no seu mundo paralelo,  e é dono de uma empresa de médio porte.

   Outro ponto bastante notável nesse filme, é a sua montagem/edição, apesar do nível de informação absurdo, o que nos deixa de certa forma cansados pela quantidade de conteúdo a ser aprendido e também visto. O diretor optou por dividir o filme em alguns capítulos, nos mostrando o que se passa naquele tempo (o que está em alta no mundo), com frases que interligam com o que irá acontecer na cena seguinte.

  Dada a complexidade do roteiro, diria que o filme tem seus muito alívios cômicos que conseguem te deixar dentro da história e querer terminar de ver o filme, apesar de sabermos o fim dessa loucura toda, queremos saber como cada núcleo irá terminar a sua Grande Aposta. Um filme que vale muito a pena ser visto.

7. Perdido em Marte (The Martian)
   
   Ridley Scott é o grande diretor por trás desta obra, que foi baseada em um livro de Andy Weir, The Martian (2011).

   Preciso dizer que esse certamente é o supervalorizado deste ano, não é melhor que Interestellar que foi esquecido pela academia ano passado, a mesma academia que vangloriou tanto Gravidade. Este filme, pra mim está bem abaixo destes dois, não por ter algo contra mas por simplesmente não ter nada de extraordinário, convenhamos nada menos do que mais um filme com Matt Damon perdido por algum lugar, onde um equipe precisa resgata-lo.
  Apesar de haver piadas, o filme não tem grandes piadas a ponto de concorrer em uma categoria de comedia - não é mesmo Globo de Ouro?-, tem seus alívios cômicos e suas saídas boas, mas nada de extraordinário.

   O que há de impecável, lindo e esplêndido neste filme, certamente é a fotografia que chama bastante atenção, afinal foram cenas gravadas em locações reais, mais precisamente no sul da Jôrdania, Wadi Rum, chamado também de o Vale da Lua nada sugestivo, não é mesmo?- local bastante usado para retratar marte nos filmes, como Planeta Vermelho e Os Últimos Dias em Marte. Algo também que se destaca juntamente com a fotografia são os seus efeitos visuais e sua trilha sonora. 
  Mas preciso confessar que Mad Max é um candidato de forma diretíssima e  que para mim ganha com +2 pontos a frente, nestes quesitos técnicos. -não esquecendo que ainda temos Star Wars nessa disputa-.

8. Spotlight - Segredos Revelados (Spotlight)
   
   Um filme de drama biográfico com direção de Tom McCarthy, que aborda a história de como a Igreja católica tratou os casos de abusos sexual que ocorriam de membros do clero com crianças.
   
   Um roteiro com uma pegada jornalistica e que aparentemente tem a intenção de querer dissipar a informação e o que aconteceu naquele ano e o porquê de ter demorado tanto para se ter o conhecimento dos fatos. Nada de extraordinário ao roteiro, mas te prende por ter um ar investigativo e de instigar a querer saber a história e o porque das coisas. A dificuldade dos personagens está em como coletar as informações, como acha-las, já que a Igreja tem total poder na cidade de Boston e vinculo direto com a politica e como o jornal fará para publica-las e ser o único a ter as informações completas. 
   
   O filme mantem um ritmo, e é neste ponto que ele peca, pois poderia ter dado dinâmica se utilizando da fotografia com planos e movimentos de câmera mais dinâmicos, já que o roteiro é lento, detalhado e repleto de diálogos intensos.

   Os atores, não tiveram um desempenho tão maravilhoso, quanto o esperado (talvez). Entre os escalados a que mais se destaca entre é Rachel McAdams, que consegue desenvolver mais sua personagem e ganhar a atenção do público. Mark Rufallo, até que tenta ter uma carga dramática quando é solicitado e necessário, mas não consegue convencer tanto quanto o esperado. Michael Keaton, é outro ator que simplesmente some, é apagado, sem muito conteúdo e quando achamos que teremos uma boa atuação e o esperado do ator, ele se mantem no esquecível, provando que poderia ser totalmente substituído por outro no lugar que, talvez, nem se notaria a troca.

9. Carol
     
   Um filme de Todd Haynes, baseado no livro de Patricia Highsmith, The Price of Salt (1952).
   Carol, conta a história de uma mãe de família que está em processo de divorcio com o seu marido, por não ama-lo mais e por ter sido forçada ao casamento pelas condições que se tinha nos anos 50 a respeito do casamento e da situação homo-afetiva. Carol se apaixona por Therese e a partir dai a história se desenrola.

   Um roteiro que conta uma história de amor, de forma delicada e terna. Desde o inicio de uma relação do primeiro trocar de olhar à primeira relação sexual. O filme corre num tempo romântico sútil e suave, com uma fotografia que dá o tom gracioso que o filme quer passar assim como a paleta de cores escolhida, para que além de passar o romance se destaque a feminilidade das personagens. Vemos a presença contante do tom laranja na personagem interpretada por Cate, o que pra mim está diretamente ligado ao significado desta cor: coragem, determinação e ousadia, ou seja, por em pratica o que se deseja. Carol foi gravada em uma Super 16mm

   A opção de montagem do diretor, faz com que possamos nos emergir na história no momento certo. Iniciando do fim para que a história possa ser contada, e quando achamos que ela já se desenvolveu por ter voltado ao principio de tudo, a história prossegue para ganhar o seu desfecho. Juntamente com os movimentos de câmera e os cortes sutis o romance conquista o espectador.
 
  A trilha sonora prende-nos do incio ao fim da história, tudo bem orquestrado, como se tudo fosse escolhido a dedo, um primor. Nos deixando apaixonados pela história e pelas personagens. E o que dizer das personagens, ou melhor, das atrizes Cate Blanchett mais uma vez mostra a sua capacidade de atriz em sua interpretação de Carol, nos repassando a elegância, postura, confiança e determinação da personagem, consegue nos repassar a segurança que a personagem tem de si mesma. Quanto Rooney Mara, contra cena de forma perfeita, mostrando as nuances da personagem, sua jovialidade, curiosidade, delicadeza e a sua admiração por Carol e quando achamos que é apenas isso. Rooney nos repassa o amadurecimento da personagem, o quanto ela cresceu e se tornou segura, sabendo o que quer.

   Preciso dizer aqui que a cena de sexo entre as duas nos deixa claro que o amor é o sentimento presente, nada vulgar e carnal como em Azul é a Cor mais quente - vulgar no sentido de ser mostrado muito tudo, e na hora do sexo apenas focar nisso e não no sentimento das personagens.- O diretor consegue colocar apenas os elementos necessários, mostrar a relação entre duas mulheres como algo puro, normal, apenas o amor.
      
10. Ponte dos Espiões (Bridge of Spies)
 
   Um filme de Spielberg, com um roteiro dos magníficos Irmãos Coen. Que conta sobre o advogado James Donovan, que durante o período da Guerra Fria fica encarregado de Rudolf Abel, um suposto espião soviético capturado pelos americanos. O que torna Donovan uma importante ponte de negociação entre os dois extremos EUA e URSS.

   Colocando a minha sinceridade, este filme não foi um dos melhores colocados na lista dos indicados, assim como Perdido em Marte. Pra mim foi mais um filme de patriotismo americano - o que ironicamente sempre existe entre os cotados- além de nesta obra ser encontrado todos os clichês da clássica jornada do herói que temos conhecimento. Um filme bom, mas que certamente será visto por ser de Spielberg e por ter Tom Hanks no elenco.

    O roteiro te prende pelo contexto da história, o quando ela é passada e até que o diretor consegue captar toda essa tensão existente no período, de certa forma foi bem produzido, mas algumas coisas são bem forçadas pra destacar a diferença entre um país e o outro, comparações bem clichês como criança correndo pra atravessar o murro e serem mortas entre crianças correndo pulando grades para brincar. Mesmo com todas as escolhas clichês e o patriotismo americano, o filme é bom e vale a pena ser assistido, pela forma como Tom Hanks conduz seu personagem, como ele argumenta e o fardo que ele carrega, fazendo o clássico tipo politicamente correto, mas além de Tom Hanks outro que merece destaque, apesar do pouco contato que temos com o personagem é Mark Rylance que interpreta Rudolf Abel. Apesar de finalizar dizendo que se os Irmãos Coen além de escrever, tivessem também dirigido certamente teríamos um filme bem mais conduzido, menos patriótico e clichê.




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