Oi meus apaixonados pela sétima arte,
a lista dos filmes indicados está chegando
na reta final e logo mais poderei fazer o post
indicando a vocês os meus Top 10.
Mas vamos logo a mais uma lista de cinco filmes que eu conclui por esses dias -sei que demorou, perdão, andei meio ocupada com um projeto que em breve colocarei aqui no blog como #DicadoMês-. Vamos a lista dos cinco vistos da semana:
16. 45 anos (45 Years)
Um filme de drama britânico, dirigido e roteirizado por Andrew Haigh, no qual foi baseado no ensaio de David Constantine "In Another Country". O filme se passa em torno de um idoso casal que está prestes a completar aniversário de 45 anos de casados, mas uma noticia abala Geoff Mercer, interpretado por Tom Courtenay, e o deixa fissurado por esta noticia trazendo a tona sentimentos antigos que acabam abalando e desestruturando sua esposa Kate Mercer, interpretada por Charlotte Rampling. A partir deste ponto a história se desenrola e nos prende.
Uma obra de uma sensibilidade incrível que mostra como um relacionamento de tantos anos pode se tornar monótono, mas sempre pode haver algo que quebre a rotina e a mornidão da relação. Levando assim os personagens a refletir sobre o que realmente desejam e se o que têm é o que realmente querem. A fotografia retrata muito bem o ambiente sem vida, monótono chegando a ser até depressivo , cores suaves e frias para retratar exatamente isso a frieza e a falta de afeto constante com o passar dos anos, se tornou em apenas companheiros para a eternidade.
Porém o mais impressionante neste filme é a atuação de Charlotte, ela que te traz pra história e te mantém atento nela, ela consegue te passar todos os sentimentos: aflição, preocupação, amor , companheirismo e a ausência de muitas retribuições que ela espera do marido e que ela não tem. Uma história comovente, mas lenta, segue um ritmo dramático bem melancólico. Mas pra mim a melhor parte é os minutos finais, onde temos o amadurecimento da personagem, onde suas dúvidas cessão e se dar a entender que ela fez uma escolha. Outra coisa que merece ser citada, é a trilha sonora deste filme que foi pontual e repassa a essência da relação.
17. Steve Jobs|
Primeiramente preciso deixar claro aqui o quanto esse filme pra mim era considerado sem noção pela escolha do cast que não batia em nada com as pessoas reais e por tanto na minha ilustre cabecinha seria um filme totalmente descartável. Pois é, foi ai que me impressionei e fez notar o quão magnifico é este filme nos quesitos técnicos, totalmente impecável (pelo menos eu achei).
No ponto do roteiro, o cara merce ser aplaudido de pé, achei sensacional toda a história, o contexto e os diálogos. Tudo muito bem esquematizado e todos os atores tem sua chance de se sobressair, mas o que mais chama a atenção é a escolha do diretor de se utilizar das nuances e ideias que o roteiro dá e contextualizar da seguinte forma: Jobs é um maestro, sua invenções são o espetáculo, as pessoas que trabalham pra ele são a orquestra que ele conduz e o público, bem, é o público. Com essa percepção o filme ganha um novo tom e um olhar espetacular.
E ai entra a fotografia/movimentos de câmera e suas escolhas estéticas que junto com os efeitos visuais, nos leva pro mundo perfeccionista, autentico e clean da mente de Jobs. Os enquadramentos são sempre harmonizados, centrados e com pontos de fuga; a iluminação sempre bem pontual, clara e evidencia o que precisa ser evidenciado; os movimentos de câmera nos dão a percepção de estarmos ali a todo instante, fazendo parte da cena e acompanhando cada passo dos personagens; os efeitos visuais contribuem para nos dar explicações visuais do que Jobs pensa.
Outro ponto que merece ser citado e exaltado -ai eu mordo a lingua- é a escolha do elenco mesmo que alguns personagens (ou todos) não pareçam em nada com as pessoas que retratam, digo que as atuações estão muito boas. Kate Winslet como Joanna Hoffman, realmente merecia essa indicação - esqueça da atuação dela em Titanic- neste filme ela mostra o seu potencial e nos convence disso. Assim como Michael Fassbender como Steve Jobs, apesar de sua aparência física não ser parecida com a de Jobs, Michael nos repassa toda a essência, característica, genialidade, ousadia, perfeccionismo, visão de mundo e de marketing que certamente Jobs tinha e isso nos faz esquecer completamente a fisionomia do ator.
Uma dica: se você, assim como eu, gostou das escolhas técnicas de Birdman certamente apreciará esse filme tal como.
18. Shaun, o carneiro (Shaun the Sheep)
O filme se baseia em um dia que a rotina já está acabando com todos da fazenda e os afazeres se tornaram escravizantes, o que fez perder a espontaneidade de todos e principalmente do Dono, e Shaun tem a a grande ideia de dar a todos um day off, mas ai tudo saí completamente do controle do carneiro da-se inicio a uma grande aventura na cidade grande atrás do Fazendeiro.
Com um roteiro que enfatiza a ideia de que o animal é o melhor amigo do homem, trazendo assim uma história completamente tocante de Shaun juntamente com seus amigos atras do seu dono na cidade grande, mas com o que eles não contam é com a perda da memoria do Fazendeiro e a partir dai, uma história que você pensa que não deveria ter sido digna de indicação lhe dá um belo tapa na cara e lhe mostra a sua importância e que merece estar aonde chegou.
Com alívios cômicos maravilhosos, um filme que apesar de não ter diálogos - e essa é uma das belezas dele- consegue repassar todas as emoções e expressões de maneira sincera e pontual. Uma animação sem exageros, e com uma simplicidade que te comove e te conquista. A trilha sonora e os efeitos de som, casam e se unem perfeitamente com a falta de dialogo da obra, dando a ela um toque a mais de expressividade. Um filme gostoso de se ver e de interpretar.
19. Straight Outta Comptom: A História do N.W.A (Straight Outta Comptom)
Um drama biográfico, -mais um na lista- dirigido por F. Gary Gary, um filme que se baseia em fatos reais e conta a história do grupo musical gangsta rap N.W.A, entre os anos de 1987 à 1995.
Um drama biográfico, -mais um na lista- dirigido por F. Gary Gary, um filme que se baseia em fatos reais e conta a história do grupo musical gangsta rap N.W.A, entre os anos de 1987 à 1995.
Com um roteiro que evidencia e nos mostra a realidade das ruas de NY, nos anos de 1987, onde negro, do gueto, andando na rua certamente estava fazendo algo de errado e estava envolvido com drogas. Por tanto o preconceito e o racismo é bastante presente no enredo, sendo até agressivo e revoltante de ver como esse tipo de comportamento era tão presente e considerado "normal". Ainda se levanta a questão do abuso policial, em relação aos negros, pobres, do gueto. Aqui literalmente a aparência era julgada.
Os atores são muito bem dirigidos e atuam perfeitamente, uma coisa que chama bastante atenção é o amadurecimento de cada personagem, cada um em times diferentes. O que nos faz perceber e acompanhar a evolução de cada um independente. A semelhança dos atores com as pessoas que representam, também é um fator a ser apontado aqui.
A fotografia desse filme acompanha a intenção e o enredo da história, escura, fria e bem contrastada para acentuar ainda mais o mundo que era considerado marginal. Com evolução da história e da mudança de estilo de vida dos personagens, a fotografia muta sendo bem mais clara e nítida. O que se nota bastante é o estilo fotográfico do filme, juntamente com os movimentos de câmera que lembram e nos remetem ao estilo de filmagem de videoclipe de rap, achei essa escolha do diretor de fotografia interessante e muito válida +5.
Algo bem marcante nesse vídeo que acompanha a fotografia, é a Trilha Sonora, pesada, ao estilo gueto e com muito recurso rapper. Pra mim foi uma trilha sonora muito bem produzida e harmonizada com o enredo da história, e é exatamente ela que te prende do inicio ao filme da obra.
Um bônus: nesse filme os grandes nomes do rapper, são citadas, mostradas e aparecem (mais novas)
20. O Menino e o Mundo (The Boy and the World)
Uma animação brasileira conseguiu chegar ao tao sonho Oscar, dirigido por Alê Abreu, um filme que curiosamente foi lançado em 2013 conseguiu ser destaque entre as animações do ano de 2016 - da-lhe Brasil-
Um filme de um tato único, o roteiro basicamente nos dá esse ideia de que uma criança desenhou aquilo tudo e tudo ali retratado foi exatamente como ele viveu e como ele vê, a obra aborda questão nada infantis, na verdade um tanto quanto reflexivas sobre a sociedade que vivemos, o capitalismo, o auto-descobrimento, a desigualdade social, o desemprego, desmatamento, poluição, alienação, politica do pão e circo ... e por ai vai, deu pra entender o quão carregado de conteúdo esta obra é. Sem contar a varias coisas de simbologias que são notáveis e recorrentes. Mas acredite, tudo isso é trazido à tona de uma forma tão leve e pura, infantil mesmo.
Toda a carga dada no roteiro é balanceada com os traços escolhidos pra contar o enredo, junto com uma explosão de cores magnificas e uma trilha contagiante (tipicamente brasileira), mas tudo isso sem exageros, na verdade muito bem administrados. O diretor se utilizou de diversas técnicas para criar o universo mostrado na obra, a criação dos cenários e dos personagens foi feita com materiais tipico da pré-escola: lápis de cor, giz de cera, colagem e pinturas.
Maravilhada e orgulhosa, essas são as duas palavras que resumem esse filme pra mim. Alê Abreu conseguiu administrar toda essa carga de conteúdo, emoção e cor esplendidamente. Ouso até dizer que esse filme dispara na frente de todas as animações indicadas, na minha humilde opinião compete de frente com Divertida mente e pra mim se O Menino e o Mundo chegar a vencer, não acharia nada ruim e aplaudiria de pé a escolha da Academia.
Pra você que talvez pense: "Uma animação que poderia ser muito bem um curta". Alê Abreu te explica "Costumo dizer que O Menino e o Mundo nasceu dentro de um outro filme. Na época eu trabalhava no desenvolvimento de um anima-doc (documentário com animação) chamado “Canto Latino”, que lançava um olhar sobre a formação social, política e econômica da América Latina, do quanto nossos países têm uma história tão comum e de que forma ela chega na globalização dos dias de hoje"
Uma dica: fique atento em algumas partes e personagens do filme, pois serão a essência pra você entender a trajetória da história
Os atores são muito bem dirigidos e atuam perfeitamente, uma coisa que chama bastante atenção é o amadurecimento de cada personagem, cada um em times diferentes. O que nos faz perceber e acompanhar a evolução de cada um independente. A semelhança dos atores com as pessoas que representam, também é um fator a ser apontado aqui.
A fotografia desse filme acompanha a intenção e o enredo da história, escura, fria e bem contrastada para acentuar ainda mais o mundo que era considerado marginal. Com evolução da história e da mudança de estilo de vida dos personagens, a fotografia muta sendo bem mais clara e nítida. O que se nota bastante é o estilo fotográfico do filme, juntamente com os movimentos de câmera que lembram e nos remetem ao estilo de filmagem de videoclipe de rap, achei essa escolha do diretor de fotografia interessante e muito válida +5.
Algo bem marcante nesse vídeo que acompanha a fotografia, é a Trilha Sonora, pesada, ao estilo gueto e com muito recurso rapper. Pra mim foi uma trilha sonora muito bem produzida e harmonizada com o enredo da história, e é exatamente ela que te prende do inicio ao filme da obra.
Um bônus: nesse filme os grandes nomes do rapper, são citadas, mostradas e aparecem (mais novas)
20. O Menino e o Mundo (The Boy and the World)
Uma animação brasileira conseguiu chegar ao tao sonho Oscar, dirigido por Alê Abreu, um filme que curiosamente foi lançado em 2013 conseguiu ser destaque entre as animações do ano de 2016 - da-lhe Brasil-
Um filme de um tato único, o roteiro basicamente nos dá esse ideia de que uma criança desenhou aquilo tudo e tudo ali retratado foi exatamente como ele viveu e como ele vê, a obra aborda questão nada infantis, na verdade um tanto quanto reflexivas sobre a sociedade que vivemos, o capitalismo, o auto-descobrimento, a desigualdade social, o desemprego, desmatamento, poluição, alienação, politica do pão e circo ... e por ai vai, deu pra entender o quão carregado de conteúdo esta obra é. Sem contar a varias coisas de simbologias que são notáveis e recorrentes. Mas acredite, tudo isso é trazido à tona de uma forma tão leve e pura, infantil mesmo.
Toda a carga dada no roteiro é balanceada com os traços escolhidos pra contar o enredo, junto com uma explosão de cores magnificas e uma trilha contagiante (tipicamente brasileira), mas tudo isso sem exageros, na verdade muito bem administrados. O diretor se utilizou de diversas técnicas para criar o universo mostrado na obra, a criação dos cenários e dos personagens foi feita com materiais tipico da pré-escola: lápis de cor, giz de cera, colagem e pinturas.
Maravilhada e orgulhosa, essas são as duas palavras que resumem esse filme pra mim. Alê Abreu conseguiu administrar toda essa carga de conteúdo, emoção e cor esplendidamente. Ouso até dizer que esse filme dispara na frente de todas as animações indicadas, na minha humilde opinião compete de frente com Divertida mente e pra mim se O Menino e o Mundo chegar a vencer, não acharia nada ruim e aplaudiria de pé a escolha da Academia.
Pra você que talvez pense: "Uma animação que poderia ser muito bem um curta". Alê Abreu te explica "Costumo dizer que O Menino e o Mundo nasceu dentro de um outro filme. Na época eu trabalhava no desenvolvimento de um anima-doc (documentário com animação) chamado “Canto Latino”, que lançava um olhar sobre a formação social, política e econômica da América Latina, do quanto nossos países têm uma história tão comum e de que forma ela chega na globalização dos dias de hoje"
Uma dica: fique atento em algumas partes e personagens do filme, pois serão a essência pra você entender a trajetória da história
O Menino e o Mundo é uma lindeza só, mesmo! Concordo muito com a sua forma de ver os indicados, bem como a forma como interpreta o Oscar.
ResponderExcluirTe indiquei para uma tag lá no mesa, espero que participe. http://mesadecafedamanha.blogspot.com.br/2016/02/tag-recomendacoes-literarias.html
beijo grande
Awwwn, obrigada Ana :), O Menino e O Mundo se tornou uma das minhas animações favoritas. Pode deixar, com certeza farei a TAG :D
Excluirbeijinhos <3